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Nesta seção, oferecemos uma variedade de recursos, desde tecnologias de compostagem até cadernos temáticos abrangentes, pílulas-temáticas educativas e respostas às perguntas mais frequentes sobre a reciclagem de orgânicos. Estamos comprometidos em fornecer uma fonte rica de conhecimento, auxiliando você na compreensão dos princípios fundamentais da compostagem e fornecendo orientações práticas para implementação.

Tecnologias que fortalecem a gestão de resíduos orgânicos no Brasil

Coleta seletiva de orgânicos


A implementação eficiente de um sistema de coleta seletiva de resíduos orgânicos não apenas contribui para a redução do volume total de resíduos, mas também permite a separação adequada de materiais orgânicos, promovendo sua destinação adequada, seja por meio da compostagem ou da biodigestão. Tem papel no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos (RSU).

Compostagem


A compostagem é um processo controlado de decomposição biológica dos resíduos orgânicos por meio de microrganismos, que ocorre na presença de oxigênio e em temperaturas elevadas. Seu produto final é um composto orgânico com propriedades fertilizantes. Ela é indicada como a principal solução para a redução das emissões de gases de efeito estufa no setor de resíduos sólidos.

Biodigestão anaeróbia


A biodigestão anaeróbica é um processo biológico que ocorre na ausência de oxigênio, no qual microrganismos degradam materiais orgânicos, como resíduos agrícolas, resíduos sólidos urbanos e efluentes industriais, para produzir biogás e biofertilizantes. Além de ser uma fonte de energia renovável, o biogás pode ser utilizado para geração de eletricidade, aquecimento e combustível.

Recuperação Mecânica e Tratamento Biológico (URMTB)

As Unidades de Recuperação Mecânica e Tratamento Biológico (URMTB) não são a solução ideal, visto que a coleta seletiva dos resíduos orgânicos deve ser priorizada para qualidade do processo e do produto final. No entanto, esta é uma tecnologia de transição, que pode ser utilizada para reduzir a quantidade de resíduos orgânicos compostáveis enviados aos aterros sanitários e as emissões de metano, enquanto não se expande a coleta seletiva. A unidade pode e deve ser projetada gradativamente para receber maior volume oriundo da coleta seletiva de resíduos orgânicos compostáveis.

Perguntas & Respostas

Explore nas perguntas abaixo, as dúvidas mais frequentes sobre a reciclagem de resíduos orgânicos  e faça o download do Descomplicando a compostagem de resíduos orgânicos para esclarecer todas as suas dúvidas. 

Em 2022, o Brasil coletou 63,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (SNIS, 2023). Estima-se que cerca de 45,6% de tudo o que é coletado são resíduos orgânicos (resíduos alimentares e de jardim). Atualmente, 39% dos resíduos coletados vão parar em aterros e lixões, ou seja, 29,7 milhões de toneladas possuem destinação inadequada, e apenas 0,4% é reciclado através da compostagem (Abrelpe, 2020).

A Gestão de Resíduos Orgânicos Compostáveis deve sempre seguir a hierarquia da gestão de resíduos, com preferência para: 1º. Redução na fonte; 2º. Resgate de alimentos comestíveis; 3º. Compostagem de pequena escala para média escala. Por fim, ainda temos a compostagem ou digestão anaeróbica centralizada, tratamento mecânico biológico de resíduos misturados e rejeitos, que são estratégias alternativas para serem utilizadas em conjunto com a compostagem. A implementação de aterro sanitário e incinerador deve sempre ser evitada. 

Compostagem é o processo de decomposição biológica controlada dos resíduos orgânicos, efetuado por uma diversidade de organismos, em condições aeróbias e termofílicas, resultando em material estabilizado, com propriedades e características completamente diferentes daqueles que lhe deram origem. (CONAMA 481/17).

A compostagem tem diversos benefícios, entre eles: o composto orgânico melhora a estrutura do solo e diminui a erosão. Além disso, a compostagem também ajuda comunidades a se adaptarem às consequências climáticas, pois reduz quantidade de resíduos orgânicos enviados para aterros sanitários e poluição por incineradores e reduz a contaminação de águas superficiais e subterrâneas. O composto orgânico gerado possui macro e micronutrientes que podem melhorar a estrutura do solo em práticas de agricultura.

A reciclagem de resíduos orgânicos refere-se ao processo de transformação de resíduos de origem biológica, como restos de alimentos, folhas, grama, podas de árvores e outros materiais orgânicos, em produtos úteis, como composto orgânico ou energia. Esse processo é realizado por meio de compostagem, digestão anaeróbica ou outras tecnologias de tratamento biológico.

A biodigestão, ou então metanização, ou digestão anaeróbia, é o processo de mineralização da matéria orgânica em condições de ausência de oxigênio livre, e o principal subproduto é o biogás, constituído principalmente por metano (50-75%) e dióxido de carbono (25 - 45%) e outros gases. A composição precisa depende do tipo de matéria-prima e do processo de produção.

A principal forma de aproveitamento do gás metano é a recuperação de energia. O poder calorífico do gás é proporcional à quantidade de metano presente, e pode ser usado para geração de eletricidade e calor, produção de calor ou vapor, fonte de energia para a indústria, e também como gás natural para injeção na rede ou em uso como combustível veicular.

A plataforma Brasil Composta Cultiva mapeou e reuniu mais de 30 iniciativas de sucesso que realizam compostagem pelo Brasil! Para além destas, existem projetos que nascem a partir de demandas da gestão pública municipal ou de iniciativas da sociedade civil. Você também pode buscar por mais informações nas prefeituras e associações do seu município, assim como na plataforma do SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

Além disso, é possível encontrar outras iniciativas de reciclagem de resíduos orgânicos no Brasil em mapas e plataformas de outras organizações, como o Mapa dos Composteiros da ABCompostagem, o BiogásMap do CIBiogás e mapa das ABIOGÁS.

Os sistemas de compostagem podem se desenvolver de maneira tão flexível que os métodos são quase infinitos, sendo aprimorados e desenvolvidos constantemente para solução e adequação a diferentes características locais e escala adotada. Em geral, os métodos de compostagem são divididos pela forma como o ar é inserido no sistema e como a massa de resíduos é manejada: Divisão pelo formato (Pilhas ou leiras de compostagem) ou Divisão pelo manejo do ar no processo (Leiras estáticas de aeração passiva (método UFSC); Leiras ou pilhas com revolvimento; Leiras ou pilhas estáticas com aeração forçada). Para saber mais sobre cada um desses método, explore o “Descomplicando a compostagem de resíduos orgânicos

A identificação do(s) método(s) mais adequado(s) de compostagem passa por uma avaliação de cada contexto local, não tendo solução única para todas as cidades e contextos. O primeiro passo para avaliar a aplicabilidade dos métodos é realizar um diagnóstico sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos do município. Iniciando com um estudo de caracterização gravimétrica e estimativa da geração de cada tipo resíduos orgânicos na cidade (resíduos alimentares, poda, grama, palha, etc). A partir desta estimativa é possível identificar os métodos de compostagem mais aplicáveis e junto à outros parâmetros como área disponível, investimento necessário (implantação e operação), mão de obra, equipamentos, restrição de licenciamento (ambiental e urbanístico), impacto de vizinhança e outros é possível analisar a viabilidade (técnica e econômica) e escalas  (centralizada, descentralizada, comunitária, doméstica, etc. A partir disso, é necessário desenhar uma estratégia para implantação e operacionalização do projeto no curto, médio e longo prazo.

Os resíduos orgânicos que podem ser compostados são: frutas, legumes, verduras, grãos e sementes, sachês de chá e ervas, borra e filtro de café, cascas de ovo, restos de alimentos cozidos, carnes, papel e papelão sem plástico ou químicos, folhas, galhos (restos de poda).

É necessário analisar o curso de investimento (CAPEX), identificar e avaliar os parâmetros econômicos para entender a viabilidade financeira do projeto. 

Além disso, é importante fazer uma avaliação financeira da operação da unidade para determinar a rentabilidade a longo prazo. Essa avaliação se baseia na análise de custos de operação (OPEX).

Catadoras e catadores de materiais recicláveis têm um papel muito significativo na reciclagem dos resíduos orgânicos, uma vez que possuem contato direto com a comunidade e devem estar envolvidos em todas as etapas do manejo dos resíduos orgânicos urbanos. Além disso, conforme a Lei nº 8.666/1993, que regulamenta as licitações, cooperativas ou associações de catadores podem implementar projetos de compostagem comunitária, sendo remunerados pela prefeitura sem a necessidade de licitação.

O composto orgânico é um excelente fertilizante por disponibilizar macro e micronutrientes que eleva a qualidade nutricional das plantas a longo prazo. Pode ser utilizado em produção agrícola, hortas, jardins, pastos e para a recuperação de áreas degradadas.  Além disso, a produção de composto orgânico pode ser conectada a programas de incentivo à agricultura familiar, urbana e agroecológica, reduzindo custos com insumos.

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